setembro 13, 2015

Fragmentos de Vidas #7


Maria Matias, dezanove anos, inteligente, perspicaz, amiga, conselheira, divertida, prestável, alegre, positiva, carismática, direta, ...
Uma entrevista que passa além fronteiras, Portugal, Moçambique e Reino Unido, três países que marcam esta vida.


Como te estás a sentir agora?
Estou a sentir-me um bocado nervosa, mas estou a sentir-me bem, estou a gostar de estar aqui, tem uma vista bonita, gosto muito. Estou a sentir-me um bocado apreensiva também porque parece que estou a contar os minutos até voltar para Londres.

Qual a música que define a tua vida?
Eich, ena pá ... Fogo! Eu não tenho uma música que defina a minha vida, eu sou daquelas pessoas que tem músicas para vários momentos. (Pensativa) Mas posso dizer a minha música do momento se quiseres. Sim! Eu estive a ver o filme, A Família Bélier e acho-o mesmo muito bonito, no fim ela canta uma música em francês chamada "Je Vole" de Michel Sardou, mas a versão do filme é mais gira e acho que até me define um bocado.

Qual a tua palavra favorita? Porquê?
Tenho imensas! Gosto muito da palavra "balelas", porque é uma palavra muito engraçada e é gorda, como todas as que começam com a letra "B" e da palavra "arquétipo" que também é gira, acho que gosto dela desde que ouvi aquela música, "Arquétipo da Perfeição", e também gosto da palavra "bastante" estão sempre a dizer "muito" e "bastante" é diferente.

Se te comparasses a uma personagem de um livro quem serias?
(Pensativa) Agora estou com uma branca sobre os livros que estou a ler, mas se calhar diria a Elizabeth Bennet do Orgulho e Preconceito, para começar porque ela não é boazinha como a irmã, a Jane, no livro, mas procura fazer o que está certo embora às vezes seja temperamental e expluda e não sei quê, mas no fundo é o que todos procuramos, o que ela quer é encontrar amor e ser feliz e eu sou uma hopeless romantic (romântica incurável) e esse é um dos melhores livros de sempre.

O que significa para ti Harry Potter?
(Risos) Já reli os livros todos este ano e chorei tanto. Eu acho que comecei a ler demasiado tarde, mas não sei, é um mundo que eu gostava de fazer parte e não sei, o que eu gosto nos livros é de poder escapar do meu mundo e entrar noutro. Harry Potter é um mundo tão detalhado, com tantos pormenores, é fantasia, mas quem é que não gostava de ir para Hogwarts? Quem é que não gostava de ser feiticeiro? Acho que foi a primeira coleção de livros que me marcou quando eu era mais nova e desde aí não passa, ficou sempre. 

Se pudesses ter uma hora de conversa com a J.K.Rowling o que lhe perguntavas?
Eu fiz uma lista sobre isto, sabes? (Risos) Como já procurei muitas entrevistas, já sei algumas das repostas, perguntava o porquê do Fred, eu percebo mas porquê. Gostava de falar da história antes de Harry Potter, gostava que ela me contasse mais sobre a história dos pais do Harry e sobre essa altura, isso fascina-me e acho que é a parte mais triste se pensarmos bem.


Qual a tua opinião sobre os migrantes que estão a vir para a Europa?
Para começar eu acho que a situação ainda vai ficar pior antes de melhorar, por acaso eu já pensei sobre isto, a Europa tem de abrir mais os braços e as portas aos migrantes, porque não é deixá-los em Itália, na Grécia e na Hungria ou mandá-los para trás que vai melhorar a situação, isso é inumano, eles voltam para a morte. Isto não são os valores que o Ocidente lutou tanto para manter. Acho que se todos os países da União Europeia fizessem um plano, que se juntassem para evitar o problema, integrá-los nos vários países, eles apenas querem estabilidade, a Europa tem de ser compreensiva, mas por outro lado, isto não vai resolver o problema. (Revoltada) O que vai resolver o problema é atacar a raiz, mas há muitos interesses do Ocidente nessa guerra, o que está errado, porque alguém está a fazer dinheiro com isto tudo, mas a União Europeia também não se pode meter lá, não tem autoridade para fazer isso. Por isso eu não sei bem se há uma resposta certa, eu acho que não há. A solução é resolver os problemas no coração na guerra, mas para ser sincera não sei como é que isso se vai resolver. Eu não quero viver numa Europa assim! 

Já viveste em Moçambique, durante um ano! Como foi a experiência?
Olha para ser sincera, na altura eu tinha catorze anos e não gostei, estava no oitavo ano e basicamente fui arrancada da minha vida e dos meus amigos, era uma adolescente muito revoltada, achava que os meus pais me odiavam para estar a fazer aquilo. Aqueles primeiros três meses, até ao Natal porque eu depois voltei para o passar cá, pareceu quase um ano, chorava todas as noites, não fiz amigos ... Por isso eu gostava de ter aproveitado melhor, entretanto acabei por fazer algumas amigas e amigos, alguns ficaram ainda o que é bom. A realidade é que eu não vou ter uma oportunidade de voltar lá tão cedo. Gostavas de voltar? Gostava e quero voltar quando acabar a universidade, quero fazer voluntariado em Moçambique, não sei muito bem quando ou durante quanto tempo, mas gostava de ficar um ano ou assim, pelo menos é o que eu digo agora, espero bem que aconteça, mas o problema é que depois da universidade, começa-se a procurar trabalho, isto é o plano, não sei é quando o vou fazer. É uma experiência que nos faz olhar para a vida e vermos como temos muita sorte, é gratificante, vemos que as preocupações que temos são superficiais, a comparar com o que aquelas pessoas passam. A partir daí acho que comecei a apreciar mais o que tinha e acho que me tornei mais humilde, pelo menos espero eu. Eu adorava voltar a África! O ritmo de vida é tão diferente, vemos pessoas que não têm nada mas são felizes, enquanto cá vemos pessoas com tanto mas estão sempre preocupadas.

Como é fazer o ensino superior no estrangeiro, nomeadamente em Inglaterra?
Bem ... É um bocadinho assustador ao início, mas por outro ...  Não me perguntes o que quero fazer com a minha vida porque eu ainda não sei. (Riso) Mas estou a gostar, acho que estou a gostar mais, estou a estudar direito, de estar a tirar lá do que se tivesse tirado cá, pelo que ouço pelos meus amigos de cá. Por outro lado, não é tão difícil como eu estava à espera porque há muita gente na mesma situação que eu, a maior parte dos amigos que fiz estão na mesma situação, vieram de outros países da Europa e estão a viver o primeiro ano, ou melhor agora já vamos para o segundo, em Londres, o meu inglês também não é assim tão mau e claro que tenho de estar mais atenta a fazer as coisas. É um bocado irritante, já não me lembro de algumas palavras em português, depois em inglês acontece o mesmo, por isso é uma altura muito má para mim. (Risos) Mas eu estou a gostar.

Quais as maiores diferenças entre Portugal e Inglaterra, no ensino e a nível geral?
Eu não posso falar de Inglaterra porque estou em Londres e Londres é muito diferente de Inglaterra, isto acho que é uma coisa importante de dizer. Londres é outro mundo, não tem nada a ver com Inglaterra, a maior parte dos ingleses não vive em Londres, Londres é uma capital que atrai muitas pessoas como eu, há muitos jovens à procura de oportunidades lá e ainda mais emigrantes de segunda geração vindos da Índia, do Sri Lanka, de vários países de África, para além de japoneses e chineses É uma capital muito multi-cultural e eu acho que não demonstra o resto de Inglaterra, eu já tive a sorte de passear por outros sítios e vê-se que é diferente, mas eu cá nunca vivi numa cidade e viver lá em Londres é um ritmo completamente diferente, está cada pessoa no seu mundo e ninguém olha para os lados. Uma das coisas que é estranha é a forma como eles comem, eles não têm refeições como nós. Em termos de ensino é diferente, pelo menos eu noto na escola dos meus irmãos, é diferente de cá, passei a ver que as escolas de cá são melhores do que nós achamos, quando achamos que no estrangeiro tudo é melhor, nem sempre, eu sinto-me mais bem preparada para a universidade do que amigas minhas que estiveram em escolas inglesas a estudar.

Como apresentas Portugal aos teus amigos de lá? 
(Risos) Depende das alturas, às vezes estamos a falar, eu digo sempre muito bem, por acaso já tive quatro amigos meus que vieram cá este ano e eu não tenho assim tantos amigos lá, por isso deve querer dizer alguma coisa, quando começas a mostrar fotografias de Sintra e algumas do Algarve, toda a gente acha que é o paraíso, depois o calor que é uma coisa que atrai. Agora eu percebo quando nós achamos que os ingleses são estúpidos de virem para cá por causa do calor, mesmo não estando assim tanto calor, a comparar com o tempo de lá está, principalmente no verão. Verão com chuva torrencial em Julho, não obrigada. E como apresentas Londres aos teus amigos de cá? Não sei, diz-me tu ... (Sorriso) É a multi-culturalidade, é atraente mas é diferente, não é uma coisa que estamos habituados, tenho amigos com religiões diferentes da minha e é interessante ver isso. Ficamos mais open mind (mente aberta), pelo menos eu fiquei. Inglês é mesmo a língua base! Sim é, eles nem se preocupam a aprender outra língua, não precisam, o que me irrita, mas por outro lado isto é uma mais valia para os estrangeiros que vão para lá e temos algo que nos ponha à frente deles, se calhar não falamos inglês tão bem quanto eles, mas daqui a três anos espero já estar mais fluente e com mais vocabulário, com a mais valia de outra língua que falo fluentemente, para além de outras línguas que aprendemos entretanto, por exemplo tu que sabes espanhol. Isto é algo muito atraente para os empresários e pessoas que nos queiram contratar, para além de ser algo bom para nós, eu gosto de aprender línguas.


Qual o teu maior sonho?
Criar família! É simples mas é isso. (Sorriso)

Qual a tua maior fraqueza?
(Pensativa) Não é uma maior, eu acho que tenho muitas fraquezas. Uma das minhas maiores fraquezas e que eu odeio em mim é deixar as coisas passar, não é tipo preguiça, eu quero fazer alguma coisa e acho que não vale a pena, embora fosse algo que gostasse de fazer e deixo as coisas passarem, não aproveito as oportunidades que tenho, às vezes fico na minha bolha de conforto e não saio dela.

Qual a celebridade que mais te irrita?
Sei lá ... Agora está-me a irritar o Kanye West, a dizer que se vai candidatar à presidência e o pior é que vão existir americanos que vão votar nele é isso que me dói no coração. Eu gosto de gostar de celebridades porque isso não faz mal nenhum, é um sentimento positivo, agora o contrário só trás negatividade.

O que farias nos teus “15 minutos de fama”?
Eu conhecia a Taylor Swift e depois juntava-me ao squad (pelotão) dela e ficava amiga de todas as amigas dela e depois a partir daí ia conhecer mais celebridades. (Risos) Já tenho tudo planeado.


Para ti é mais atraente um homem com ou sem barba? Porquê?
Com! Acho que dá um ar mais maduro, mas também de "eu não me estou a esforçar para parecer gatão", tira o gatão, eu nem acredito que disse isto. (Risos) É que eu estou a ver séries com legendas em brasileiro e cada vez que eles dizem "handsome" (bonito) a legenda é "gato".

Na tua opinião o que é mais importante num relacionamento? 
Eu não sou a melhor pessoa para dar relationship advices (conselhos sobre relacionamentos) mas para mim é a confiança, é uma das maiores coisas. Eu não sou ciumenta nem nada disso, eu também nunca tive um relacionamento a sério, por isso é que estou a dizer isto, mas o que eu gostava quando tivesse numa relação a sério é confiança, não ter de estar sempre a enviar mensagens a perguntar onde está ou o que está a fazer. Isto é o que vejo nos meus pais, o meu pai viaja muito, mas a minha mãe nunca foi daquelas mulheres de estar agarrada ao telemóvel a enviar mensagens, e eu acho que isso resulta. Cada pessoa precisa do seu espaço, eu preciso do meu espaço, por isso acho que a confiança é das coisas mais importantes. É possível começar um relacionamento na internet? Eu achava que não até conhecer algumas amigas que passaram por isso, talvez tenha mudado um pouco a minha opinião. Não é fácil, porque como eu disse fui amiga dessas pessoas e nós amigas acabamos por sofrer um bocado com isso, mas é possível. Eu não começaria, mas também porque não sei falar com rapazes que não conheço. (Risos)

Já tiveste profundamente apaixonada? 
Não! É simples ... Estás apaixonada? Não, eu acho que ... Não, eu não estou!

Como é o teu tipo de homem?
Sei lá, acho que não tenho um tipo, acho que o meu tipo de homem é alguém que goste de mim e de quem eu goste. Que seja engraçado, que confie em mim acima de tudo e que não seja ciumento, não tenho paciência para isso. Acho que uma relação tem de ter amizade antes, para ser uma coisa a sério, e eu não estou interessada em ninguém, é por isso que estou solteira, estou muito bem assim, não estou interessada em estar com alguém só por estar. Quando tiver numa relação é para ser uma coisa a sério não ser só namorar por namorar, por isso é que eu acho que tem de existir uma amizade antes, tens de conhecer a pessoa, serem amigos, gostem de falar um com o outro, por isso é que não sei definir bem o meu tipo de homem, mas é o que todas as raparigas querem, alguém que goste delas.

Queres casar? 
Sim! O mais importante para mim é ter uma família. As pessoas acham que é um pouco estúpido, mas para mim é mais importante ser mãe do que ter uma carreira, eu quero muito ser mãe. Eu venho de uma família grande, tive uma família ótima com irmãos, primos, e eu também quero ter isso. Como gostavas de ser pedida em casamento? Não podia ser nada público, não gosto dessas coisas, imagina que eu quero dizer que não e ele está à minha frente no meio de um restaurante de joelho no chão, não pode ser (Risos). Eu acho que o pedido não interessa, o que importa é a pessoa, portanto se for a pessoa com quem eu quero passar a minha vida, não interessa a maneira como ele pede, mas pode dizer o quanto me ama e que fica com o joelho no chão. Como sonhas que seja o teu casamento? Eu fazia muitos planos para isto, agora já não sei, eu quero que seja cá, que seja em Sintra, mesmo que eu não volte a viver cá tão depressa, aqui vai ser sempre a minha casa. Quero que seja com a minha família, os meus amigos, casar na igreja, ser simples mas bonito. Eu estou a imaginar o casamento da minha prima, onde nós ajudámos muito a organizar aquilo, a família juntou-se toda.

Tens alguma coisa para dizer a alguém, mas não tens coragem?
Sim ... Queres que eu diga agora? (Embaraçada) Eu não vou dizer! Mas a quem? Acho que é a muitas pessoas, eu escrevo tudo em cartas, fica quase tudo como se fosse dito, mas é maioritariamente a amigos.

Do que sentes falta?
Eu não estou a gostar desta minha fase! Eu já estou com falta do que tenho agora, já estou com saudades de estar aqui, embora ainda cá esteja, mas por outro lado já tenho saudades de voltar para a minha casa em Londres, tenho saudades dos meus amigos de lá, da minha família. Eu não gosto desta fase porque quando eu estou num lado tenho saudades do outro.


Acreditas na astrologia? Porquê?
Não! Eu respeito as pessoas que acreditam, já tive muitas discussões sobre isto, tenho muitos amigos que acreditam, por isso não quero ofender ninguém, apenas é a minha opinião. Acho que o dia do ano em que tu nasceste não quer dizer nada, não tem nada a ver com a tua personalidade, há muitas pessoas que nascem em alturas diferentes do ano e são parecidas e outras que nascem na mesma altura e são diferentes. Só porque nasci no mesmo dia de outra pessoa não quer dizer que ela seja igual a mim.

O que achas de existirem várias religiões?
Eu acho que existem várias religiões, mas apenas um Deus. Culturalmente as pessoas só arranjaram maneiras diferentes de adorar o seu Deus. A religião é algo pessoal, eu gosto de acreditar que vivo num mundo onde existe algo maior que eu.

Qual a tua opinião sobre os ateus?
(Pensativa) Eu tenho muitos amigos ateus, não sei o que dizer ... Eu não tenho nada contra, mas eu nunca conseguiria ser. Eu não quero dizer nada porque pode ser um pouco ofensivo.

O tempo pode mudar uma pessoa ou simplesmente com o passar do tempo vemos como ela é realmente?
O tempo pode mudar uma pessoa, acho eu. Mas é um pouco dos dois, isso é uma boa pergunta! Eu acho que não é o tempo que muda a pessoa mas as experiências que a pessoa viveu durante esse tempo, eu acho que são capazes de mudar uma pessoa. Eu acho que as pessoas mudam, eu acho que mudei!

O que é que um amigo nunca te pode fazer?
(Pensativa) Não sei ... (Silêncio) Eu acho que é deixar-me quando eu preciso dele. Acho que os amigos estão lá para te apoiarem, podem nem saber o que se está a passar na tua vida mas saberes que podes contar com eles é essencial, por isso quando uma pessoa deixa de estar lá para ti é o pior.

Perder ou nunca ter? Porquê?
Perder, ao menos tive alguma coisa antes.

Como gostarias de morrer?
Velha com 150 anos, no meu sonho, e antes do meu marido, eu sei que é um bocado egoísta mas assim não fico a viver sozinha. Quero morrer concretizada!


Acreditas em extraterrestres?
Não, ou melhor, não sei! (Pensativa) Eu antes dizia que não, mas também acredito que, eu não sei se acredito, acho que o nosso mundo é demasiado perfeito para não haver outro igual. Não acredito que sejam extraterrestres e nunca acho que os vamos conhecer mas é um desperdício num universo tão grande não existir algo mais. Mas eu não sei se acredito em extraterrestres, é só uma coisa que eu ando a pensar ultimamente.

O sol é para todos, a sombra para alguns, e o subsolo?
Acho que vou dar uma resposta muito pouco criativa mas acho que é para os bichos e para os mortos.

Para ti o que é a felicidade?
Olha, ontem estava a ver uma série que dizia "eu acho que a felicidade não é um destino, são estados de espírito", mas eu não concordo completamente, está bem dito mas eu fiquei a pensar e acho que não, eu acho que há uma diferença entre ser feliz e estar feliz. É uma coisa que me faz confusão em inglês, não há diferença entre o "ser" e o "estar", acho que eles também não compreendem isto. Eu consigo ser feliz e ter alturas em que não estou feliz ou não ser feliz e ter alturas em que estou feliz. A felicidade é algo maior, é algo que se alcança. Atualmente és feliz? Estou ou sou? Atualmente eu não sou feliz mas estou feliz. O que falta para seres feliz? (Silêncio) Não sei, acho que me faltam criar mais laços no local onde estou a viver, para me sentir completamente bem e feliz lá, apesar de ter a minha família lá.

Qual é o teu lema de vida?
Um é um lema outro é uma oração. O lema é "Tudo vai estar bem no fim, se não está bem não é o fim.", tem a ver com esta coisa da felicidade, e depois tenho a oração que me guia na minha vida, quando preciso que é "Senhor dá-me coragem para mudar o que posso mudar, paciência para aceitar o que não posso mudar e sabedoria para saber a diferença.".

Como te estás a sentir agora no fim da entrevista?
Ah já estamos no fim? (Silêncio) Não sei, acho que me estou a sentir bem, acho que falei demais e disse muita porcaria, é quase como, não, é mesmo estar a falar com um amigo por isso é bom.

O que quer o teu coração?
Neste momento? O que é que o meu coração quer? (Pensativa) Quero sentir-me feliz na minha nova casa, quero criar laços e sentir que posso começar a minha vida lá, acho que não comecei assim tão bem, mas quero trabalhar para mudar isso.


Tenho de agradecer novamente à Maria por ter aceite responder a todas as perguntas. Muito obrigado.

Chega assim ao fim mais uma entrevista, onde ficámos a conhecer fragmentos desta vida. Mais uma pessoa comum entre muitas a ser entrevistada, quem sabe se da próxima vez não és tu a responder às minhas questões ...

O que achaste desta entrevista?

4 comentários:

  1. adorei a parte em que ela viveu 1 ano em Moçambique, deve ter sido mesmo uma experiência!

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  2. Que entrevista enorme, vou confessar que não li todas as respostas, (preguiçosa, eu), mas gostei daquilo que li.

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    1. Os "Fragmentos de Vidas" é um projeto de longas entrevistas com vários temas. Mas obrigado pelo teu ponto de vista. Vai lendo aos poucos, não tem de ser tudo de uma vez. Ainda bem que gostaste. =D

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