julho 14, 2016

03. Toalhas de Banho

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03. Toalhas de Banho

Senti uma mão no meu cabelo e abri os olhos, à minha frente estava o Sam em tronco nú a olhar para mim, fiquei envergonhada ao vê-lo ali, sentei-me na cama e reparei que tinha uma taça com morangos e chantili num tabuleiro aos meus pés, não sabia como reagir, ele aproximou-se do meu ouvido e começou a cantar uma música, senti um arrepio na espinha, a tentação era insuportável, não resisti e passei a mão pelos seus abdominais, senti a sua respiração no meu pescoço, os seus lábios tocavam no meu rosto, olhei-o nos olhos, ansiava pelo seu beijo, nesse momento ouvi um apito, era o despertador. Acordei daquele sonho cheia de calor agarrada ao seu casaco, lembrei-me que ele tinha ficado a dormir no sofá mas que àquela hora já se devia ter ido embora, levantei-me e fui para a sala.
Ao chegar lá notei que ele continuava a dormir descansadamente, sem saber o que fazer corri para o quarto e liguei à Mia para contar tudo o que tinha acontecido, ela ficou eufórica, combinámos encontrarmo-nos no fim dessa tarde, desliguei a chamada. Olhei para as horas e vi que se não o acordasse iria chegar tarde à audição. Sentei-me no sofá junto dele e toquei-lhe no braço enquanto o chamava calmamente, ele mexeu-se e lentamente foi abrindo os olhos, quando me viu acordou sobressaltado, pedindo-me imensas desculpas por ter adormecido, estava envergonhado e isso deu-me vontade de rir. Estava a levantar-se quando lhe pedi para esperar, toquei-lhe na mão e senti um choque na ponta dos dedos, ele também sentiu e sorriu.
- Não te vais embora sem comer alguma coisa! Está ali na mesa o suposto lanche de ontem. - Disse-lhe indicando o tabuleiro.
- Não quero ocupar mais o teu tempo rapariga elétrica. Mas obrigado por me teres deixado ficar aqui e por me ouvires. - Não o podia simplesmente deixar ir embora assim sem tentar fazer mais alguma coisa.
- Olha que te dou uma sessão de choques se não começas já a comer! - Ameacei com uma expressão séria. Sam tentou controlar-se mas não aguentou e desatou a rir.
Ele puxou o tabuleiro e colocou-o entre nós, assim poderíamos comer ao mesmo tempo olhos nos olhos, a sua presença era imponente, deixava-me a suspirar. Quando reparei no seu cabelo sorri e ele ao perceber perguntou-me o que tinha, disse-lhe que estava despenteado mas continuava bonito, tentou dar um jeito mas só fez pior, sem pensar passei-lhe a mão no cabelo e arranjei-o, era macio.
Perto do fim do pequeno-almoço ele reparou nas horas e ficou nervoso ao perceber que não teria tempo de ir a casa tomar um banho, mudar de roupa e chegar à audição a tempo, começou a desanimar por nem ter ali a sua guitarra. Calmamente disse que existia solução para tudo, ele não percebeu e pediu-me para explicar, sem qualquer segunda intenção disse-lhe que poderia tomar banho ali e pedir a alguém para ir a sua casa buscar o que precisava, imediatamente ele recusou por achar que isso já era abusar do meu espaço, eu fiquei a olhar para ele e levantei as mãos mexendo os dedos, fingindo carregar os choques. Depois de me fazer prometer-lhe mais de três vezes que não iria ficar com uma má impressão dele nem julgá-lo mal, ele lá cedeu mas só porque caso contrário não iria à audição.
Pegou no seu smartphone e ligou ao irmão, sem dar muitos detalhes pediu-lhe para trazer roupa e a sua guitarra acústica, sentada no sofá observava-o a andar de um lado para o outro, era a primeira vez que o via mais tímido, mesmo assim era sensual. Depois de dar a morada ao irmão desligou e disse-me que ele chegaria em pouco tempo.
- Não te importas mesmo que use a tua casa de banho? - Perguntou mais uma vez. Fiquei a olhar para ele sem responder, empurrando-o de seguida para dentro.
- Como podes ver a banheira é ali, portanto força, podes ir. Eu vou para a cozinha arranjar umas coisas. - Informei-o com um sorriso no rosto. Sai e fechei a porta, a curiosidade de ver o seu belo corpo nú apoderou-se de mim, pensei espreitar pela ranhura da fechadura mas controlei o impulso e corri para a cozinha, ouvi o chuveiro a funcionar.
Estava a lavar a loiça quando me lembrei que não tinha colocado toalhas na casa de banho, depois de ter posto as que lá estavam para lavar nunca mais me lembrara, fiquei sem saber o que fazer, desliguei a torneira, sequei as mãos e dirigi-me para a cómoda onde guardava as toalhas e tirei umas, deixando-as prontas caso fossem necessárias. De repente ouvi-o chamar-me e perguntou onde se poderia secar, eu aproximei-me da porta questionei se não existiam toalhas lá dentro, claro que eu já sabia a resposta, depois de o ouvir a procurar disse-me que não e fui buscar aquela que já tinha escolhido, quando voltei bati à porta.
- Podes entrar e deixá-la algures, por favor. - Pediu calmamente. 
- É melhor não entrar! A água e os choques não se dão bem. - Respondi imaginando a situação. 
Lá dentro ouvi-o a rir-se. Ganhei coragem e abri a porta, ainda o ouvi dizer para esperar mas era tarde demais, à minha frente observei Sam como veio ao mundo, as suas mãos tapavam o essencial mas o resto do corpo estava todo descoberto. Fiquei petrificada sem saber o que dizer ou fazer, só o olhava de alto a baixo, estávamos ambos envergonhados.
- Tu … tens … toma … toalhas … aqui … - Estiquei o braço enquanto esperava que ele pegasse nelas.
- Pois … será que as poderias deixar aí no lavatório, por favor? É que estou um pouco ocupado neste momento. - Disse olhando para baixo, depois riu-se.
O meu olhar seguiu o dele e fiquei a observar as suas mãos a tapar o seu orgão deixando visível um pouco da virilha, depois apercebi-me o que ele queria dizer, pedi imensas desculpas e ia a sair quando ele me pediu para não me esquecer da toalha, voltei atrás e pousei-a onde me pediu.
Fugi para a sala e sentei-me no sofá a imaginar aquele momento, o seu corpo era todo uniforme, não existia nenhuma parte mais trabalhada, reparei também que era praticamente todo depilado embora se conseguisse ver pequenos pelos loiros nas pernas e nos braços, depois recordei a água a escorrer-lhe pelo corpo, estava cheia de calor. Fui arrancada dos meus pensamentos pela sua voz, queria saber se o irmão já tinha chegado, quando olhei para o lado vi-o com a toalha enrolada à cintura e a camisa do dia anterior, respondi-lhe que não.
- Sam, eu … desculpa ter entrado assim! Juro-te que não fiz por mal. - Estava com receio do que ele pudesse pensar de mim. 
- Posso sentar-me? - Questionou mostrando o seu sorriso branco.
- Pensei que já tínhamos ultrapassado essa fase, claro que sim. - Disse rapidamente, não o conseguia encarar com a vergonha que sentia.
Depois dele se sentar bem junto a mim fiquei a olhar para os meus pés sem dizer nada, serenamente tocou-me no queixo e fez-me olhar nos seus olhos, sorriu e disse-me que não havia qualquer problema e que não estava chateado comigo, agradeci. Constatou também que era só um corpo, nada mais. 
Tocaram à campainha, fui abrir e era o Sidney com a roupa do Sam e a guitarra nas mãos, chamei-o e quando o irmão o viu ficou sem perceber o motivo dele estar com a toalha à cintura, Sam agradeceu e disse-lhe que depois explicava tudo, ele fez um sorriso. Graças à minha decisão ele iria chegar à audição a tempo, a sua voz era especial e merecia ser ouvida por todos. Depois de ter ido à casa de banho vestir-se voltou já com a sua roupa, era impressionante como tudo lhe ficava bem, desejei-lhe boa sorte e que passasse à próxima fase.
- Quando te posso voltar a ver? - Questionou interessado.
- Hoje estou livre, podiamos combinar alguma coisa depois da audição. Vou querer saber as novidades! - Sugeri sem esperança, ele devia ter mais que fazer.
- Tenho uma ideia melhor! Já que estás livre porque não vens comigo? Posso levar companhia … - Fez uma pausa e depois concluiu. - E tu és uma excelente companhia.
Senti a face corar, aquilo tinha sido um elogio, como só tinha planos com a Mia mais tarde aceitei o convite. Fui tomar um banho rápido, levando toalhas, e depois vesti-me, estávamos prontos para ir.
Quando lá chegámos fomos para fila de registo, perguntei-lhe qual era a música que iria cantar mas ele não me quis dizer e fez segredo, fiquei curiosa. Quando chegou a vez dele a senhora perguntou-lhe o nome, a idade e a região de onde vinha. Reparei que só naquele momento é que descobrira que ele era um ano mais velho que eu, entrámos no edifício e fomos sentar-nos nuns bancos à espera da vez dele. Perguntei-lhe se estava nervoso e ele disse-me que aquela seria só mais uma vez que cantava para um conjunto de pessoas, apesar da sua resposta senti que não era bem assim. Enquanto esperávamos pela vez dele fomos ouvindo os outros concorrentes e o nível de excelência estava alto, eu dava-lhe força e fazia-o ver que a sua voz era especial. Momentos depois chegou a vez dele, uma senhora do staff chamou-o, acompanhei-o até aos bastidores onde fiquei a assistir. Quando entrou em palco com a sua guitarra, senti o carisma, o público gostou e aplaudiu.
- Olá, como te chamas? - Quis saber Tayla, uma das juradas.
- Bom dia, eu sou o Sam. - Respondeu tranquilamente, mostrando depois o seu sorriso.
- E o que nos vais cantar?
- É uma surpresa para uma pessoa especial. - Fiquei confusa, possivelmente iria dedicar a música à sua antiga namorada.
- Muito bem, estou curiosa … - Fez uma pausa e perguntou o que eu queria saber. - E quem é essa pessoa especial?
- É uma amiga que me veio fazer companhia. - Respondeu calmamente. O meu coração estava a saltar do peito, a música que ele ia cantar era para mim.
- Então boa sorte! - Desejou-lhe.
Sentou-se no banco e preparou a guitarra, depois começou a tocar Thinking Out Loud, não podia acreditar, aquilo não podia ser real, ele cantava a olhar-me nos olhos, tinha esquecido os jurados, aquele estava a ser um momento só nosso onde declarava que sentia alguma coisa por mim, o apresentador perguntou-me alguma coisa que não percebi, as lágrimas encheram-me os olhos, recordei a primeira vez que nos vimos, o choque que levámos, a vez em que me emprestou o casaco, vê-lo a dormir no sofá, apanhá-lo nú na casa de banho, estava definitivamente apaixonada. Ele estava a terminar, o brilho dos seus olhos azuis deixava-me rendida, voltou-se para os jurados, reparei que elas se encontravam a chorar. Quando chegou ao fim, foi aplaudido de pé por toda a gente, o público estava ao rubro, poderia ser uma grande oportunidade para ele.
- Ai Sam, foi um momento lindo. Gostava de conhecer a tua amiga especial, tenho a certeza que está ali. - Pediu Tayla enquanto limpava as lágrimas. - E por me teres deixado nesta figura serás a minha aposta para as galas ao vivo. 
Depois tudo aconteceu muito rápido, só a vi a levantar-se e a carregar no botão dourado, a sala encheu-se de vivas, Sam não acreditava, eu fiquei sem saber bem o que fazer e num momento de loucura corri para os seus braços, quando cheguei perto dele, elevou-me no ar com os seus braços musculados e depois baixou-me junto a si, abraçando-me, a sua mão percorreu o meu pescoço e beijou-me, senti um pequeno choque, os seus lábios eram doces e macios, as minhas mãos rodearam-lhe o pescoço, as suas desceram para as minhas costas, senti o seu calor, o seu sabor, aquele tinha sido o momento em que ficámos nos braços um do outro sem qualquer reserva, lembrei-me onde estava e quando olhei para o público este gritava e aplaudia freneticamente de pé, as juradas estavam surpreendidas a aplaudir.

Próximo capítulo, aqui.

Gostavam de viver um momento assim?

3 comentários:

  1. Até agora estou a gostar imenso do desenrolar da história mas eu já sei que me vais partir o coração mais episódio menos episódio :p

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    1. Olha que esta história pode ser diferente! E já vai a meio, serão só seis capítulos. =D

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