julho 18, 2016

04. Trigésimo Segundo Andar

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04. Trigésimo Segundo Andar

Depois dos votos de felicidades dos quatro jurados fomos em direção a minha casa, enquanto saíamos de mãos dadas ouvimos elogios, diziam-nos que éramos um casal muito bonito.
Estava um calor descomunal, a temperatura tinha subido mais do que o esperado e para nos abrigarmos um pouco fomos para um parque cheio de árvores, estava sempre fresco por causa da sombra que estas faziam. Andávamos pelo jardim, ouviam-se os pássaros a cantar, várias famílias passeavam com os seus filhos pequenos, os esquilos andavam em busca de nozes, de repente encostou-me a uma árvore e deu-me um beijo apaixonado, correspondi, ainda não acreditava que em tão pouco tempo me apaixonasse assim por alguém.
Convidou-me para ir comer um gelado, no jardim existia uma pequena casa com esplanada que tinha vários sabores, entrámos e perguntou-me qual queria, optei por caramelo, ele por limão, ia para pagar quando insistiu que me queria oferecer o gelado, olhei para ele e disse-lhe que não poderia pagar sempre e que daquela vez eu pagaria os gelados, ainda tentou insistir mas dei o dinheiro à senhora, com alguma idade, que assistia à nossa conversa com um sorriso nos lábios, agradecemos e saímos.
Sentámo-nos num banco à sombra, encostei a cabeça ao seu ombro e agradeci pela música, segurou-me no queixo e beijou-me, os seus lábios estavam frios com a temperatura do gelado, senti o sabor a limão. Terminou o gelado e deitou-se no banco com a cabeça no meu colo.
- Apareceste numa altura inesperada. - Revelou. - Como sabes não estou com ninguém há muito tempo, o meu coração esteve fechado ao amor. Tu vieste mudar isso … - Olhou-me intensamente. Estava completamente rendida.
- Obrigada por confiares em mim. - Agradeci apaixonada. - Também apareceste numa altura em que só queria ficar sozinha depois do que aconteceu … - Revelei mexendo-lhe no cabelo, ele fechou os olhos e deixou-se ficar. 
Algum tempo depois de almoçarmos umas sandes ele convenceu-me a ir à praia, queria ter um dia em grande. Saímos do parque, fomos a minha casa para vestir o biquíni e depois partimos em direção à sua, pelo caminho fui observando as pessoas na sua vida atarefada, Sam tinha entrelaçado os dedos nos meus, ele era adorável.
Quando chegámos fiquei encantada com o espaço exterior, era uma vivenda decorada com tijolos, igual a tantas outras, mas tinha um pormenor que a distinguia, do lado direito do portão estava um candeeiro antigo, tinha um ar mágico. Ele ainda morava com os pais e o irmão, fiquei nervosa por poder ir naquele momento conhecê-los mas Sam revelou-me que os pais estavam em viagem. Quando entrámos um cheiro a rosas invadiu-me o nariz, era uma decoração simples mas moderna e bonita, foi-me dando a conhecer os espaços, quando chegámos à sala ficámos espantados ao ver que no sofá se encontrava o Sidney e a Mia a dormirem abraçados, olhei para o Sam sem perceber muito bem aquela situação e ele encolheu-me os ombros, depois puxou-me silenciosamente para o andar de cima e apresentou-me o seu quarto. 
Incrivelmente limpo e arrumado fiquei a admirar a decoração, este tinha o quarto dividido em duas áreas, a de lazer e a de dormir. Na primeira, logo quando se abria a porta estava a secretária virada para a janela, depois à esquerda um sofá com uma mesa ao centro e um plasma com vários aparelhos eletrónicos, na parede tinha penduradas várias guitarras, atrás existia a segunda área onde constava a cama de casal, uma cómoda e algumas prateleiras com livros. 
Disse para estar à vontade enquanto esperasse por ele, tirou uns calções curtos da gaveta e foi à casa de banho mudar de roupa, admirei o espaço, percorri os olhos pelo quarto e reparei numa pequena moldura na secretária, era ele e outra rapariga muito bonita por sinal, estavam muito cúmplices, levantei-me e fui junto dela, interroguei-me se seria a sua antiga namorada. 
- Hay … - Ele tinha voltado mas calou-se quando me viu a segurar a moldura. Olhei para ele, estava em tronco nú o seu piercing atraía a minha atenção, o volume entre as suas pernas também era significativo.
- Desculpa, eu não queria que levasses a mal. - Pedi enquanto a colocava no sítio. - Só fiquei curiosa para ver se era ela.
- Não há problema! - Respondeu calmamente. - Sim é ela! - Fez uma pausa e depois puxou-me para junto de si, o meu corpo tocou no seu. - Mas agora consigo ver que faz parte do meu passado, tu és o meu presente e quem sabe futuro. - Fiquei sem resposta, olhei-o embevecida. Depois roubou-me um beijo.
Afastou-se e vestiu uma t-shirt de alças e uns calções maiores, estava pronto para irmos, levou também uma tolha. Descemos as escadas silenciosamente e observámos que eles continuavam a dormir.
Na praia estendemos as toalhas formando uma maior, despi-me e ele elogiou a minha forma, quando tirou a roupa ficando só com aqueles curtos e justos calções algumas raparigas ficaram a olhá-lo de alto a baixo, fiquei com inveja e para verem que ele estava comigo, beijei-o demoradamente. As suas tatuagens eram discretas mas ficavam-lhe muito bem, estava a contemplar aquele corpo quando ele me pegou ao colo e me levou para dentro de água, esperneei mas de nada serviu, a água estava fresca, sabia bem com aquele calor. Quando me largou, mandei-lhe água ao peito, ele ripostou e ficámos ali numa pequena batalha, foi um momento de diversão com várias gargalhadas à mistura, ele mergulhou e eu deixei de o ver durante algum tempo, estava a ficar assustada quando senti as suas mão a agarrarem-me a barriga e a surgir atrás de mim, virei-me para ele, o seu cabelo tombava-lhe pela testa, fez um sorriso sedutor, derreti-me. Fomos para as toalhas apanhar um pouco de sol, perguntei-lhe se me passava creme, aceitou e eu passei-lhe o frasco, massajou-me as costas, os braços e as pernas, depois terminou passando o que restava no seu corpo, não resisti e pedi para lhe passar um pouco, ele ia recusar quando lhe despejei creme na barriga.
- Ops … Agora tenho de passar. - Disse provocando-o. Fez-me um sorriso e cedeu deitando-se de barriga para cima.
Passei o creme pelos seus abdominais seguindo depois para o peito, tomando cuidado com o piercing, quando passei para as pernas fiquei com uma vontade gigante de rir, ele estava a ficar excitado.
- Talvez seja melhor parar, não? - Perguntei-lhe ao ouvido. Ele sentou-se e pela primeira vez estava realmente embaraçado.
- Desculpa, não me consegui controlar. - Revelou envergonhado. - É que as tuas mãos são muito suaves. - Desatei-me a rir e ele ficou a olhar.
- Ainda bem que tenho esse efeito em ti. Fico feliz! - Confessei, depois resolvi apimentar um pouco as coisas aproximando-me novamente do seu ouvido. - Agora não é o melhor momento mas logo à noite a minha casa está vazia. - Desci os lábios até ao seu pescoço e dei-lhe um chupão, ele arrepiou-se.
Olhei para o relógio e vi que estava quase na hora de me encontrar com a Mia, disse-lhe que poderia desmarcar mas este recusou alegando que não devia alterar a minha vida por causa dele. Insistiu levar-me até casa, pelo caminho convidou-me para jantar, aceitei e quis saber onde mas ele só me revelou que poderia levar um vestido e para estar pronta às oito da noite, faltavam duas horas e meia para descobrir, convidei-o a subir mas declinou dizendo que ainda tinha coisas para marcar, fiquei curiosa.
Fui tomar um banho para tirar a areia do corpo, deitei-me um bocado a relaxar até que me lembrei que o nosso primeiro beijo tinha sido na audição do programa mais aclamado da televisão e que emitia a nível mundial, fiquei envergonhada. Vesti um fato de treino enquanto escolhia o vestido para o jantar mistério, nesse momento a Mia tocou à campainha e entrou querendo saber tudo sobre o Sam, decidi dizer-lhe que éramos só amigos e que ele me tinha convidado para jantar, ela pulou de entusiasmo.
- E tu não tens novidades para mim? - Perguntei lembrando-me daquela tarde.
- Acho que não … - Fez uma pausa comprometedora. - Continua tudo na mesma.
- A sério? - Ri-me. - Ia jurar que tu e o Sidney ficaram muito próximos desde aquela noite no bar … - Deixei a frase por terminar propositadamente.
- Pois … bem … eu … nós somos amigos! - Estava a ficar atrapalhada, algo habitual quando tentava mentir. Olhei-a bem nos olhos e ela revelou. - Tens a certeza que não queres ser detetive? Beijámo-nos e agora estamos a ver no que dá, só isso. Feliz? - Abanei com a cabeça e pedi-lhe novidades brevemente.
Depois convidei-a para vir ver o programa onde o Sam participava, seria exibido dois dias depois, disse-lhe também que iria ter uma surpresa que a ia deixar histérica, ela não percebeu mas aceitou o convite. Após esta conversa pedi-lhe ajuda para escolher o vestido certo, não sabendo o espaço, era impossível adivinhar com precisão o melhor, optámos por escolher um vestido top rosa acima da linha do joelho, calcei uns saltos e fiz um rabo de cavalo, deixando uma madeixa solta na parte da frente, nesse momento ela recebeu uma chamada do Sidney a convidá-la para ir ao cinema, Mia olhou para mim e eu acenei afirmativamente com a cabeça, ela tinha de ir.
Acabei de me maquilhar quando a campainha tocou, era ele, olhei para as horas e reparei que tinha sido pontual, abri a porta e qual não foi o meu espanto quando o vi de smoking, estava lindo, uma autêntica brasa, ambos permanecíamos estáticos a olhar para a mudança na roupa de ambos, disse-lhe para entrar, ele sorriu mostrando aqueles dentes impecáveis e cumprimentou-me com um beijo. Insegura disse-lhe que devia mudar de roupa mas ele não deixou.
- O vestido é bonito mas o que importa és tu! - Frisou enquanto me abraçava. O meu ego desde que me relacionava com ele só aumentava.
Quando reparei onde íamos jantar fiquei estupefacta, era o edifico mais alto da cidade com uma vista panorâmica, nunca lá tinha ido, subimos até ao trigésimo segundo andar e entrámos no restaurante, ele tinha uma reserva em seu nome para dois junto a uma das janelas, o restaurante estava praticamente vazio, só haviam mais dois casais numas mesas afastadas, aproximou-se de uma das cadeiras e puxou-a para me sentar, era um cavalheiro. No céu as estrelas brilhavam fazendo companhia à lua, reparei que atrás da cadeira dele existia uma bonita árvore florida, depois de pedirmos a comida perguntei-lhe porque me tinha convidado para ir àquele restaurante e simplesmente me fez ver a vista da cidade enquanto escutava a música ambiente.
Durante o jantar conversámos sobre o concurso e a possibilidade de ganhar, apesar de ser sempre positivo não acreditava que pudesse vencer, relembrei-lhe que o beijo tinha sido filmado e ele riu-se.
- Assim poderemos sempre gravar para rever mais tarde o nosso primeiro beijo. - Depois beijou-me esticando-se por cima da mesa. - Mas estás arrependida? - Perguntou temendo a resposta. Fiquei a olhar para ele e dei-lhe a mão, a sua companhia fazia-me bem.
De repente viu-o a comunicar por gestos com um dos empregados, não estava a perceber quando ele se levantou e começou a tocar nas colunas You & I dos One Direction, fiquei sem saber o que fazer, estava a ficar envergonhada, os outros casais olhavam para nós, deu-me a mão e puxou-me para si.
- Hayley, minha rapariga elétrica, és uma das pessoas mais especiais que eu conheço. - O meu coração pulava. - Desde aquele dia em que chocámos na livraria nunca mais te consegui tirar da minha cabeça, penso em ti a cada segundo, estou louco por ti. - Estava quase a chorar com aquela declaração. - Tu e eu podemos passar a nós, eu amo-te e gostava muito de poder acordar ao teu lado, ver esse sorriso quando acordo e me deito, tu és a dona dos meus sonhos. - As lágrimas começaram a cair, ele era perfeito. - Amo-te! Queres namorar comigo? - Perguntou, sentia a sua pulsação pelas mãos, conseguia perceber que ele também estava nervoso.
Nem precisei de lhe responder, beijei-o perante o olhar das outras pessoas, depois abracei-o e dançámos calmamente ao som da música, as minhas mãos estavam penduradas no seu pescoço, o Sam era único. Quando a música terminou fomos aplaudidos pelos outros casais, já devia ter a maquilhagem toda borrada.
Depois de termos comido a sobremesa e ele me ter retirado a carteira para não poder pagar a minha parte fomos rumo à minha casa. Quando chegámos fiz algo que já queria fazer há algum tempo, tirei-lhe o casaco, depois a gravata, ao mesmo tempo beijava-o intensamente, fui abrindo a sua camisa um botão de cada vez, cheguei ao cinto e puxei-o pelas calças contra o meu corpo, ele parou-me.
- Tens a certeza que queres fazer isto? - Questionou entre beijos.
- Absoluta. - Abri-lhe o cinto e depois as calças, de seguida baixei-as, deixei-o apenas com os boxers, ele tinha tirado as meias. 
Virou-me de costas e encostou-me à parede, abriu o fecho do vestido e depois foi descendo lentamente, senti as suas mãos, aquilo estava a deixar-me louca de prazer, quando fiquei apenas de lingerie virou-me para si e pegou-me ao colo, agarrou-me no rabo, as suas mãos deixavam-me arrepiada, queria senti-lo completamente. Levou-me até ao quarto e sentou-se na cama, eu empurrei-o contra o colchão e depois fui beijando o seu corpo, a sua excitação era visível, tinha a marca nos boxers, aproximei as mãos da única peça que faltava e arranquei-a ficando agradavelmente surpreendida.

Próximo capítulo, aqui.

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